sexta-feira, 27 de abril de 2012

Reflexões auto-destrutivas




Reflexões auto-destrutivas


Já me cansa esse sorriso bobo
E toda alegria que aqui saltita,
Talvez porque não saiba
Se pura enganação
Ou real erupção interior.

Sei
Que já me cansa...

Me falta cobrir a vida de noite
E encher tudo de horrores.
Chorar dor e sofrimento
Devorar decepção
Sair por aí com vestes de indiferença
A distribuir gratuitamente egoísmo
Inflar ódio em tudo que me rodeia
Dançando com desafetos e arqui-inimigos
Maldizer o que sou ou chegarei a ser,
Destripar esse eu,
Que já me cansa.

Aqui nascer homem,
Marcado
Pelo mal, a doença,
A decadência
Que teimamos chamar vida,
Bêbado,
Caindo sempre pelas bordas.

Quero me jogar ao fundo do poço
Nu
Em armas e proteções.
Inocente, despreparado,
Puro,
Pronto para ser corrompido
Em mais uma pessoa comum;
Que não pire com o que há no universo,
Nem veja ligação entre sentimento e verso

E,
Aí sim,
Voltar ao riso
Sarcástico, zombeteiro,
Ante qualquer ideal de ser humano.

Há muito
Confuso
Me acordo


Sono the Idle, 14/04/2012.

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