sábado, 5 de março de 2011



Por mais que eu negue sua autonomia e independência não posso dizer que nada se transforma com o Tempo... Mas como aceitar que algo que criamos possa nos escravizar até o dia em que desaparecere-mos? Como uma alegoria da consciência coletiva detém o poder de reger nossas vidas? Não acredito que o Tempo possua a capacidade de mensurar nossas vidas, o que vivemos foi construído pelos momentos inesquecíveis que guardamos, pelas vivências que valem a pena ser recordadas e não por uma dura representação numérica. Mas o Tempo corre e em sua passagem até a mais resoluta das emoções pode trair sua origem; corre sem esperar quem quer que seja e o faz em todas as direções, sem respeitar escolhas ou intenções.
Dói perceber que ao focar atenção em algo deixarás um outro algo seguir rumo negligenciado e muitas vezes tal rumo não será teu rumo... Bom seria poder viver sem precisar fazer escolhas, ou se afastar de qualquer das coisas das quais se gosta, ter “todo o tempo tudo que a vida tem de bom”, e não ser surpreendido por distâncias imateriais.
Não estou raciocinando muito bem agora, depois volto e tento completar esse pensamento. Só tinha que dar um escape a algumas coisas para poder seguir.
Desgraçado seja o dia em que nasceu o Tempo, maldito seja ele e qualquer outro algoz que castre o crescer de nossas asas.


Sono the Idle

3 comentários:

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  2. E o que fazer se são minhas ambições que me dão algo porquê morrer?

    Convivo com o Tempo porque sou obrigado a viver no mundano, mas não aceito que ele tenha mais poder em minha vida que eu mesmo. Admito que gosto da figuração de Platão acerca do plano das idéias e isso unido as minhas concepções espirituais (que são o resultado de um balaio de gato entre diversas religiões e filosofias)me faz querer sempre o mais.

    Entendo sua preocupação, só que ela não se aplica a meu caso. A racionalidade que cultivo me faz ter bem claro que o objeto do querer está apartado do meio utilizado para chegar a sensação do ter. O anseio é pela idéia, as coisas e as pessoas são apenas paliativos...

    Isso é bom e ruim ao mesmo tempo; pois não sofro com frustração, já que a idéia estará sempre lá, e me torno um pouco insensível, já que só por alguns momentos me permito sentir sem o filtro da razão. Viva a adaptabilidade.

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